quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Refugiado







Dedico a mim mesmo
Estes instantes.
Pausas do meu outro ego
Refugiado em busca de abrigo
Devorando cigarros
Em busca

Desse abrigo que me abrace

Que ponha termo a estes

Pesadelos, ataques de pânico.
Refugiado da luz

Refugiado do odor a terra molhada
Oculto no mais remoto dos cantos

Baloiço-me lenta e pausadamente
Como as imagens criadas pela minha mente

Que se partem
Dividem e se dispersam

Assim como aparecem se somem
Refugiado neste meu canto

Ofegante, trémulo neste vaivém
Sem fim

Escondo-me desse

Terror
Arranho palavras contra o papel

Na esperança que esse abraço
Finalmente surja

E que me deixe finalmente

Refugiar tranquilamente
Debaixo dessa abóbada

Ponteada de branco cintilante
Ter a lua como luz

De cabeceira
E fechar os olhos


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