sábado, 2 de março de 2024

Ser Feliz

Quando as nuvens dispersarem
Do meu peito enegrecido
Bafejadas pela boa vontade

A luz do astro Rei vai aquecer-me
Alma e espirito
Na desordem que criei,
Na minha existência
Vou um dia festejar, os momentos
Que me foram roubados
Por algo cavalgante e desesperante

Nos momentos felizes, estava adormecido
Como anestesia, vivia algo que não era meu
Assaltado, pelo própria mente
Esses momentos, hoje são como sulcos
Cravados na própria pele
São lembranças que jamais se repetirão
Estava presente em corpo
A mente vagueava por partes incógnitas
Num éter cinzento e pesado

Como num  puzzle, um dia tudo encaixará
E as energias do astro Rei me iluminarão
o Percurso que fiz, das pedras que revirei
Das correntes que atravessei
E todos os obstáculos vão ser apenas
Meros momentos em que me aprisionei
A mim mesmo

Que todos os anjos e seres de luz
Bafejem para longe de mim este
Sentimento, esta malvada doença
Que não me deixa ser feliz

 

Rui santos
01/03/24   

Desafio


 

Transformam-se os pensamentos
Em impulsos elétricos
Tremores desenfreados
Que dominam os gestos
Como soco em estômago
Que em chispas se desfazem
Salta-me a válvula mitral
Bombardeada nos tímpanos
E tolhido de dor ela bombeia
Suspiros do nada
Da dor sai o grito
Da lagrima salgada que me corrói a face
Ó impulsos diabólicos!
Retêm-me como pesados grilhões
Estes sentimentos desprovidos de mérito

A saudade da mão poderosa
Que em tempos de infância
Me salvava no sonho
O alivio da alma que no éter entra
libertando-se do peso desta tristeza
infindável e desenfreada

 

Rui santos

02/03/24 

quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

Manto

 

Enclausurado com manto pesado

Malvados teares
Tecem tristezas, angustia e
Nós apertados em gargantas sensíveis
Nos gritos abafados neste casulo
Pesado e hermético que me sufoca

Lagrimas, este sabor a mar
Que dos meus olhos escorre
Rego a esperança com elas
Para que floresça viçosa e pura
E no meio do meu peito semear
A alegria que outrora me roubaram
E com o calor dos teus desejos
Abrigar esta sementeira
E com o tempo, ver-te assim
Cavalgar na garupa de puro sangue
Cabelos negros esvoaçantes
E o meu manto pesado, desfaz-se
Nas tuas costas, em que o pousei
Em mil gritos de euforia
As lágrimas secam ao galope
Em passo de corrida espantadas
E como quem me rega, o meu ego
Ver-te assim feliz
Depojada de rancores a minha alma
Paira


Rui Santos
24/01/24




segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Vislumbres

Nos sonhos
Onde de leve, pouso a mão
No ventre da criação
Suave pele que me amacia o ser
Me dá azos aos devaneios
Os meus desejos fervilham
Na ponta dos dedos.
A suavidade do teu ser, despoja-me
Das armaduras de guerra
Carregadas durante décadas
E o teu sorriso sincero toca-me
Olhar cor de mel, vislumbra-me
Como o teu lábio me prende os beijos
Na boca perfeita que deseja
Morder o lábio carnudo
- Era eu a Fonte do teu devaneio?
Destroçados de outras guerras
Onde a magoa dura e persiste
Mas como raio de luz,
Não me deixas esquecer-te
E realimentas algo que eu guardo
Como tesouro meu
Serei eu o teu cavaleio andante
Que na tua falta cavalga sozinho
Sem rumo?
Por onde paras tu rainhas dos meus sentidos?
Não me abandones agora
É agora que quero criar o meu reino



Rui Sanstos
!5/01/24


terça-feira, 2 de janeiro de 2024

Suspiros

 


Do meu peito urge enorme erupção

Na saudade das tuas palavras
Como lava, escorre no meu rosto
Sentimentos que julgava esquecidos
Adormecidos no tempo
O silêncio rasga-me, as prosas a ti dedicadas
Trovador sem letra, nem beira
Saltimbanco que corre todas as esquinas
Em busca da tua presença 
No sonhos que não se diluem no tempo
Esse que me fixam ao momento como grilhões
- Que no meu rosto lavre a lava da tua saudade!
Que os meu sentidos desmaiem
Na presença do teu carinho
E que pratos floresçam
De milhões de flores
Assaltadas por borboletas
Abelhas que me trazem,
O néctar das tuas pétalas
E eu me liberte destas saudade
Que Sonhei


Rui santos
27/12/23




segunda-feira, 5 de junho de 2023

Feto de Luz

Somos filhos do mesmo Pai  

De uma Mãe paciente, cheia de tudo 
E tudo o que nos une é nossa progenitora, 
A Natureza. 
Brota da flor um fruto, que dela outros virão   
Cultivai-vos e multiplicai-vos 
Qual a flor que gera tamanho encanto? 
Qual o fruto que passa assim despercebido? 

Ancora lançada em fundo rochoso 
- As intempéries não demovem a sua missão! 
Mas o seu sorriso demove universos  
Os seus dedinhos, seguram firme o leme, 
As pontas dos meus! 
Calejados do timão da vida  
- Como é que algo tão pequenino e poderoso 
Segura firme uma nau? 
Na intempérie de uma vida cada vez mais dura 
Sem tempo para cuidar e podar os rebentos desta arvore. 


Somos filhos do mesmo Pai 

Sob o céu azul todos caminhamos 
Mesmo em dias de temporal  
Acimas das nuvens, “Ela” impera 
Mestre Rei a ilumina e rege. 
“Mãe” cuida! 
E dos seus rebentos novos sorrirão  
E como velho marujo 
Deixo que me guiem os dedos como leme 
Com doces dedinhos  
Que a vida lhes seja cómoda 
 


Rui Santos 
05/06/23 



sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

Alma


A alma que todos aconchegamos  
No nosso profundo íntimo 
Janela que se abre, ainda no útero materno  
Vislumbres esquecidos, de vidas passadas 
De todos os Amores e desamores 
Encontros e desencontros 
Que se repetem  
Janela após janela, lição após lição, 
Carregamos todas elas, mas adormecidas 
As mágoas de outrora, repulsa de hoje 
Amores com fins trágicos, 
São paixões loucas. 
Onde o nexo perde a razão e até polos contrários 
se atraem  
Verdadeiras disputas por algo que se perdeu no tempo 
Noutras janelas, vidas inacabadas  
Mal preenchidas  
Naquelas que perdemos a noção  
Da essência que carregamos 
E a vida encarrega-se de nos mastigar os sentimentos 
Até que a noção renasça  
A vida é uma cadeira na faculdade  
Aprender a controlar a repulsa  
Perceber que essa mesma pode ter sido gerada  
Por nós próprios 
- Lancei um desejo em tempos.  
Deparei-me com ele realizado. 
Na expressão de um bebé 
Levando-me a um infindável labirinto de emoções 
Na palavra “Papá!” 
- Quantas vezes o fui? 
 
 
Rui Santos 
03/02/23