quinta-feira, 28 de maio de 2015

Desabafo



Já foi, em seu tempo…
-Perdi-me por completo no meio de tanta mágoa, uma revolta que me tomava de assalto!
Observei-vos, nessa vossa falsa lamúria por entre lágrimas mentirosas e descontroladas de quem é obrigado a mentir.
-Fiquei apenas ali!
Ali, sem pinga de sangue e foi ali que vos vi pela ultima vez.
Ficou-me gravado no subconsciente essa imagem, dolorosa e constante… Essa maldita imagem que me abalroa a todos os momentos.
 -Estes bocados de mim que perdi, foram-me roubados e eu permiti, esbanjei o meu próprio sangue o meu ultimo fôlego!
-Cheguei ao limite das minhas capacidades, rocei a loucura, desejei a morte como companhia!
Mas… -O criador não me permite, essa partida prematura e sem nexo!
-Aprendi com o tempo e com quem me Ama!
O respeito que por mim perdi, esse amor-próprio, aos poucos educado. Compreendi que esse sangue que me pertencia existe, não no meu subconsciente como imagem má, desfocada e turva, dolorosa. Ela existe porque o criador me permitiu, me deu essa honra.
-É dessa forma que desabafo com o papel, esses pedaços de mim bons e maus, e crio o meu próprio Amor a cada palavra.


Rui Santos
28/05/15





Saudade



Espero…
No retiro da minha alma,
Esquecido de mim
Impaciente aguardo, a tua presença…
A luz da vela tornou-se tremule
A minha mão pinta
Esboços negros e sem vida. 
Procuro avidamente por cores
Sôfrego dos teus carinhos!
A saudade que me impele
O desenho negro na ponta do meu lápis.
Perdido… no caminho sem rumo
Negro, o meu sonho
Espero ansioso que o pintes
Com o teu carinho
Apazigua esta pobre alma…
Perdida de mim


Rui Santos
28/05/15






Luz



Não consigo descrever a beleza do teu corpo, as suas curvas e reentrâncias, aroma.
As linhas do meu caderno são rectas demais, as minhas palavras são parcas e de um pudor incontornável.
Quem me dera ser…ter esse dom de acarinhar com rectas palavras.
Como fusos, hirtos… feitos cinzel na obra prima, estas palavras cruas não te tocam a beleza, a tua imponência, a luz da tua Alma.
Jamais o meu velho caderno possui essa beleza, apenas pequenos desabafos, tirados de uma alma que procura o seu caminho, a sua luz.
Tu iluminas-me o caminho?


Rui Santos
25/05/15

Amo-te




Vou guardar as palavras correctas
Os sentimentos mais nobres
A mais pura das sedas
A mais doce fragrância
Para a hora certa
Espero estar apto
À tua altura,
Ao teu sentimento
Espero que a voz não me falhe,
Que a minha vista não se turve
Eu espero…
Como tu,
Eternidade, aos teus olhos
Somos Deuses, ou somos parte deles?
Serei eu capaz de te Amar?
Tenho medo das minhas “palavras”
Descrevem elas a tua beleza?
Medo de vacilar na berma,
Na altura certa de te dizer que te
Amo

Rui Santos
24/05/15



Escaldante




Com essa suave e morna brisa, que deixas em redor quando por mim passas.
É nela que me deixo embalar nos sonhos mais eróticos.
Ao sabor dos teus suspiros, navegam as minhas mãos, nos contornos do teu corpo escaldante e suave.
Ao sabor deles, desenho umas parcas palavras que não tocam a tua beleza!
Quero ficar eternamente enroscado em ti, nesses meus devaneios e sonhos,
ficar assim perdido no tempo agarrado ao teu peito.
Esse retiro da minha alma, perdida num tempo que nunca existiu. Perdido em devaneios alheios e em sonhos proibidos.
Vou assim, entregar-me a ti.
A esse carinho e Amor que me tens e com o resto das minhas forças, dedicar-me a construir os teus sonhos.
Para que passes por mim com essa suave brisa, mais feliz e alegre, e com ela talvez venha a minha inspiração.


Porque te Amo e mereces.



Rui Santos
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