terça-feira, 19 de abril de 2022

Dor


Quando nos resta apenas nós mesmos

Despojados de haveres, sem elos
Em que tudo se desfez numa batalha interior
Contra atroz dor
A Dor da perda, da injustiça, a dor
De um Amor que se torna odio
Vingança e gesto de castigo
Como quem pune escravo
Essa dor domina até a alma
Falecida em carências
Resta-nos aguardar o juízo final
Ou então,
Ir bem lá dentro de nós
Escavar fundo na escuridão de alma triste
Até que nada reste, nem mesmo a dor
Pois o cansaço domina a procura incessante
Da tranquilidade.
Despojados de tudo ate mesmo de amarga dor
A luz virá
Vira de forma subtil porque a raiva nos prostrou
Na batalha conta a dor
Se nem mesmo a dor resta, nem bens, filhos ou ganância,
Nem mesmo o dinheiro
Resta-nos a luz, uma divina acendalha
Que nos faz levantar ferro, zarpar nem que seja de encontro
A novas dores , e assim se escava uma vida
Em busca de nós mesmos e em prol dos que nem nos olhos
Nos almejam
A coragem domina com tenacidade e gritando ao Altíssimo
que nos mostre até onde o sofrimento é real
Até onde não somos vítimas dele mesmo.
Rui santos
12/02/22



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