Carreguei pedras
A toque de chicotadas que a vida me dava
Com todas elas construi uma muralha
Onde cerquei os meus sentimentos
Ergui tão alto que me restavam apenas
Nesgas para olhar o exterior
Descobri então que não era fora
Delas que deveria observar
Deveria encontrar em mim
A razão de tal construção
As cicatrizes turvam-me a vista e os sentimentos
Lentamente vou desmontando
As pesadas pedras do passado
E limpando as cicatrizes de mim
Essas marcas deixadas,
Talvez com um propósito
O de crescer interiormente o suficiente
Para perceber toda esta muralha
Entender os meus instintos animalescos
Impulsos dados tal como eram
As sentidas chicotadas, dados pelo tempo
Ando à deriva, procurando a ponta
Ou estarei eu nele mesmo
O rumo certo que tanto procuro
Com o tempo vou desmontando
Todo este percurso
E dou por mim a receber forças
De onde menos espero
E nasce em mim o poder de sonhar
Grato a ti que me abraças
Sem que te tenha pedido
Vindo do nada, de forma Singela e nobre
Deu-me a noção do caminho a percorrer
E da aceitação de mim mesmo
Rui Santos
09/06/24
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