sábado, 7 de junho de 2014

Navegante







Palavras
Como velas, das velhas caravelas
Içadas ás mais violentas tempestades
Rasgadas…
Pelos nautas, amaldiçoadas
- Malditos ventos que me levais a razão!
Dissipada
Como vagas em velho convés.
Deste leito, que tanto espelha o brilho
Dos teu olhos
Como ribomba, cavado nos tabiques desta nau.
Abafa a razão, o brilho dos teus olhos,
As palavras.
- Ó ventos travessos, trazei-me de volta a razão.
- Levai-me a bom porto, com a caridade dos Deuses
Estas vagas fazem-me vertigens,
Silenciam as mais belas orações
Malditas palavras que se me saem cuspidas
O ribombar deste cansado coração
Estoura nos tímpanos
Como vagas cavadas em velhos tabiques,
Deste convés á deriva.
- Os Deuses que me tragam a bonança!
Para que as minhas palavras sejam desenhadas,
No azul celeste do Olimpo


Rui Santos
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