Percorro-te o corpo com dedos ávidos
Do toque que outrora tive
Do ventre que me abrigou
Da amante que me foi roubada
Do Amor que conquistei em duras batalhas
De dedos ávidos, te percorro o corpo
Esse toque macio e leve de quem,
Afaga cordas de bandolim
Em acordes apaixonados!
Quem me dera rever esses tempos idos
Reencontra-te assim dessa forma arrebatadora
Fora do tempo, de progenitores e sanguinidades
Correste sem mim e percorri eu milénios
Encontramo-nos em percurso diferente
Em velocidades estonteantes e em sentidos opostos
Não deixamos de nos conhecer agora!
Dedicas o teu tempo a rever velhas feridas
Cicatrizes deixadas em campos longínquos
Por ferros e espadas, por aço e pau, correntes
E cor de pele diferente
Assaltas-me assim os meus sentidos ainda adormecidos
De guerreiro cansado, despojado de vida
As feridas são muitas e o passado pesado
Sara esta ferida que me acompanha
Saudade que vive em mim!
Da busca incansável, desse olhar que me deste
O sorriso que rasgaste
Como das vezes que me viste partir
Me seguraste no último folego
Me deste paz de ventre maternal.
Deixa que me repouse
Agora que te encontrei, deixa-me amar-te
E prometo que voltarei
No tempo e na velocidade certa
Para nos dedicarmos
Um ao outro até que velhice nos espere
E a luz nos guarde
Amor sempre foi eterno.
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