Partiram-se as amarras desta minha nau
As que me seguravam em porto de abrigo
Estava como em ventre de Mãe
Não adianta lançar ferro em mar revolto!
Velas feitas de ligaduras
Lançadas ao feroz vento
Esfarrapam-se nesse sopro dos Deuses!
Curva-as o céu e chora
Lagrimas que ferem que nem balas
Caídas das alturas
Onde se penduram as estrelas
Que por vezes riscam o céu
Como Suspiros de saudade
Largados na noite
Não adianta lançar ferro em chão tão fundo
Arrancadas ao sopro dos Deuses
Tiras de pano que ato nos pulsos!
E firme seguro o timão desta nau
Agitadas pelo Rei das profundezas
Estas ondas que rebentam em casca de noz
Que todos os Deuses sejam piedosos
E antes que me afunde com esta nau
Lançarei ferro nem que seja a uma estrela
Para que mesmo lá do alto
Sirva de timão
Rui Santos
18/04/19
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