terça-feira, 19 de abril de 2022

Ergue-te

Ergue-te ó Mestre! 
Tu que és parte de mim 
Sois parte de todos os puros 
Ergue-te e combate estes ímpios   
Que por entre nós se esgueiram  
Na procura de presas, fáceis  
Por entre os puros 
Que caídos em teias manhosas  
Esticadas ardilosamente 
Como tentáculos de polvo, escorregadios 
Tu mestre, que permites que me derrubem  
Profanem a minha parte de ti 
E que de olhos esvaziados de sentimentos  
Permitas que caminhem estes teus fies!  
Apunhalam, estas minhas raízes de ti  
E a raiva que não permites que exista, 
Corroí-me vagarosamente,  
Torna-se uma batalha desigual  
Ergue-te mestre! 
Combate por nós, estes pomposos impuros 
Que batem em peito oco e invocam o teu nome  
Ergue-te ó mestre! 
E dai-me forças, pois a tristeza escraviza-me  
E a revolta martiriza-me    


Rui Santos 
17/04/19


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