terça-feira, 19 de abril de 2022

Intranquilidades


Como fogo desgovernado Em encostas lambidas Pelo sopro dantesco Como batalhas em trincheiras Lavradas na pedra As palavras como balas perdidas Trovejam sentenças Em prol de um Deus menor Os vícios que me corroem O pedido de clemencia Que se grita no vazio E o eco percorre-me nas veias Vícios que me correm Na seiva, feito citrinos em calcários A lava que jorra de iris Gretadas pelo tempo, tiquetaqueante No infinito E o eco traz-me a lembrança De luar feito cardume! -Ó Astro rei da noite Despertas o Adamastor em marés cheias Com o teu brilho e aguardo a presa Feita refeição Na tranquilidade do teu porto seguro Nessa beleza, liberto as minhas, Más energias de seculos

Rui Santos
Algures/2021

Sem comentários: