quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

Manto

 

Enclausurado com manto pesado

Malvados teares
Tecem tristezas, angustia e
Nós apertados em gargantas sensíveis
Nos gritos abafados neste casulo
Pesado e hermético que me sufoca

Lagrimas, este sabor a mar
Que dos meus olhos escorre
Rego a esperança com elas
Para que floresça viçosa e pura
E no meio do meu peito semear
A alegria que outrora me roubaram
E com o calor dos teus desejos
Abrigar esta sementeira
E com o tempo, ver-te assim
Cavalgar na garupa de puro sangue
Cabelos negros esvoaçantes
E o meu manto pesado, desfaz-se
Nas tuas costas, em que o pousei
Em mil gritos de euforia
As lágrimas secam ao galope
Em passo de corrida espantadas
E como quem me rega, o meu ego
Ver-te assim feliz
Depojada de rancores a minha alma
Paira


Rui Santos
24/01/24




segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Vislumbres

Nos sonhos
Onde de leve, pouso a mão
No ventre da criação
Suave pele que me amacia o ser
Me dá azos aos devaneios
Os meus desejos fervilham
Na ponta dos dedos.
A suavidade do teu ser, despoja-me
Das armaduras de guerra
Carregadas durante décadas
E o teu sorriso sincero toca-me
Olhar cor de mel, vislumbra-me
Como o teu lábio me prende os beijos
Na boca perfeita que deseja
Morder o lábio carnudo
- Era eu a Fonte do teu devaneio?
Destroçados de outras guerras
Onde a magoa dura e persiste
Mas como raio de luz,
Não me deixas esquecer-te
E realimentas algo que eu guardo
Como tesouro meu
Serei eu o teu cavaleio andante
Que na tua falta cavalga sozinho
Sem rumo?
Por onde paras tu rainhas dos meus sentidos?
Não me abandones agora
É agora que quero criar o meu reino



Rui Sanstos
!5/01/24


terça-feira, 2 de janeiro de 2024

Suspiros

 


Do meu peito urge enorme erupção

Na saudade das tuas palavras
Como lava, escorre no meu rosto
Sentimentos que julgava esquecidos
Adormecidos no tempo
O silêncio rasga-me, as prosas a ti dedicadas
Trovador sem letra, nem beira
Saltimbanco que corre todas as esquinas
Em busca da tua presença 
No sonhos que não se diluem no tempo
Esse que me fixam ao momento como grilhões
- Que no meu rosto lavre a lava da tua saudade!
Que os meu sentidos desmaiem
Na presença do teu carinho
E que pratos floresçam
De milhões de flores
Assaltadas por borboletas
Abelhas que me trazem,
O néctar das tuas pétalas
E eu me liberte destas saudade
Que Sonhei


Rui santos
27/12/23