domingo, 14 de junho de 2015

Mitico




As ruas, fantasmas de cidade…
Abandonada de gentes, que busca o astro rei
em cálidos areais…
Vestes reduzidas, enumeras tentações,
corpos jovens, que se deleitam ao sol
Sob olhares ferozes de incautos
babões sebentos, pérfidos de moral baixa
como cio de cão
Aguardo que vaguem os areais, fiquem despidos de vida
De babões e artolas feitos meio-machos
criados a copo de leite
Para que me possa deleitar, com a tua companhia
E esse magnifico marulhar que me traz paz, serenidade
Aguardo que todos partam para sozinho,
absorver o teu aroma a sal, deixar-me encantar
pelos teus seres míticos.
 -Talvez hoje!
Talvez hoje, um ser mítico se encante com as minhas artes
E me encha de orgulho o seu encanto.


Rui Santos
14/06/15




Alvorada




-Ó alvorada das alvoradas,
Tu que acordas assim pesada
de chorosos olhos, raiados de vermelho
Despido de sossego, exausto
-Ó alvorada das alvoradas,
que te deixam de rastos
nesses sonhos confusos!
Transpões o surreal, faz da tua vida o caos,
desordem que reina, numa mente cansada.
-Ó alvora das alvoradas, tu que carregas
 fantasmas doutras vidas
pesadelos desta… Neste inferno
por onde vagueias
perdido sem rumo ou destino.
Carregas no seio as palavras solitárias
de gentes que se evadem…


Rui Santos
14/06/15




sábado, 13 de junho de 2015

Abrigo



É nas tuas mãos que me esqueço
de quem sou
Nelas encontro o abrigo do ventre Materno
Leve pulsar dos teus dedos
em endurecido corpo,
transportas-me, a tão remota infância.
Por entre delicados dedos
os meus grisalhos cabelos
Dedicação de Avó que no regaço
tranquilizava o nervoso miudinho
de um trauma profundo.
Enrolo-me assim no teu macio colo
por onde vagueiam, os meus desejos,
acalmas as chagas deste corpo
por breves instantes e assim fico
perdido, num tempo que não me esquece


Rui Santos
13/06/15



Poeta




Estes cigarros que se negam acalmar-me
Os cafés que negam dar descanso a estes olhos chorosos
Imaginação desassossegada de ser, irrequieto
Na busca de palavras e frases perfeitas
Que completem sem distorcer a tua beleza
És aquela a quem dedico, que me preenches a alma
de cor, desejos sossego e paz
É, no teu colo que desejo repousar destes meus momentos
de criador, dos momentos mais nobres que vivo
És a sereia que me encanta, o sonho que me espanta
A fragrância da minha existência a, luz dos meus olhos
O poema dos poetas apaixonados.
-Tu és a diva… Dedicação, as caricias de namorados
-És o álcool que me deixa ébrio, o juízo que perco,
o ar que me deixa ofegante.
-É por ti que se me toldam, os sentimentos que verto
por mãos tremules… na ânsia de te afagar a pele.
És a suave melodia, rumor… gemido de eterna paixão
pura entrega, libido incandescente.
-És a razão da minha vida, a paixão do poeta!


Rui Santos
13/06/15



Beldade




-Ó beldade das beldades!
Tu que passas pavoneando
esse divino corpo
Pele, com carinho dedicado ao Sol
Cabelos negros revoltos, balanceando
como as tuas esbeltas ancas
em calças brancas apertadas
Feição linda, de suave beleza
jovem, delicadamente sorridente
Feliz… com ar sonhador e traquina
- Tu que por mim passas, me desvairo
em sensuais desejos!
Preso neste velho corpo
que o tempo envelheceu
Resta-me apenas observar-te
e impavidamente seguir o meu caminho
Admirador de musas
em tempo de desejos despidos



Rui Santos
13/06/15




Caminho




De negro se veste a minha alma
Neste marasmo, esquecido no tempo
Carrego poeira e para o pó caminho
Neste rumo sem volta
Sonhar, me é proibido
És dona da minha razão
Do meu ser apático, estagnado
Nesta existência sem luz
-Sois dona do meu coração!
Guarde longe de mim
Esses pensamentos
Maquiavélicos, empoeirados pelo tempo
- Ele que talhe, em firme pedra
o meu testamento.
Rasto que largo neste caminho
por vós polvilhado


Rui Santos
13/06/15



quinta-feira, 11 de junho de 2015

Escravo de mim




Tornei-me escravo de mim mesmo
Caminho por entre fantasias,
sonhos que se confundem com realidade
-Ó alma desgarrada deste ser mortal!
Vivo em plena ilusão num mundo hipócrita
O sentimento mais nobre, é escondido
por entre linhas confusas de textos perdidos
No tempo do desejo.
Tu, dona de singular beleza, de olhos doces
Lês a minha alma, em fugazes olhares
De divertidas piadas que me toldam o juízo
Esse de sonhador em busca de inspiração
Libertar este escravo e criar…
Belos sonetos
Embalar-te assim todas as noites
No sossego do colo de um sonhador 



Rui Santos
11/06/15





Intimo





No íntimo
Tiradas a ferros, desta forja descomunal
Transborda de lava, chispas…
Alimentada de receios
Angustia, que me dizima
Nem a “ferros”...saem
Estes momentos meus,
Gravados no mais profundo intelecto
Estes… que rabisco a custo
-Malvada, mente que não pare!
Não concebe esses momentos
Artísticos, belos e perfeitos
-Imponentes frases.
Fartas de Amor, carinho
De quentes cores, adornar…
Desejo tanto, tingir estes esboços
Com a tua grandiosidade.
-Tornar, os meus escassos esboços,
Em desejos ardentes!
Afagar-te a beleza com surreais frases.


Rui Santos
11/06/15






Procuro




Procuro-te
De todas as formas
Procuro, as tuas palavras
O teu carinho fraternal
As cores das tuas telas
Esse olhar doce
As madeixas dos teus cabelos
-Desejo esses lindos lábios!
Esse desejo destorcido,
De Poeta apaixonado
Entorno rios de tinta em papel seco
Essa tinta, que se nega pintar a tua beleza
Sentimento nobre, difícil de pintar
Eu existo, na busca dessas cores
Que tingam imaculadas telas
Com o teu Amor


Rui Santos
11/06/15




Por ruelas




Deslizas a passo miúdo
Por entre paralelos…
Gastos e brilhantes
Caminhas, estalando as areias                       
Com o teu calçado de cor quente.
Elegante…Ardente de desejo
És obra perfeita,
Musa do Olimpo
Progenitores pelos
Deuses abençoados
Danças, o teu belo corpo
Sobre estas ruelas estreitas,
Desnudo-te, com olhar de lince
Fazes-me dançar
Ao som dos teus saltos
Que tinem nos meus tímpanos
Como sinos em torre de igreja
De cada vez que por mim passas




Rui Santos
11/06/15




quarta-feira, 10 de junho de 2015

Sonho





-Sois vós a Donzela dos meus devaneios.
Invadis-me de eróticos desejos os sonhos
Foi por vós, que travei duras batalhas
Conquistei reinos nas trevas
Construi castelos no paraíso
Sois vós que libertais lagrimas doces
Quando parto nas minhas conquistas
De reinos imaginários
Por vós, velejo frágeis naus
Por mares tempestuosos dominados
Pela ira de um Deus das profundezas
Me digladio-O em ferozes duelos
Pela honra da minha amada donzela
Sois vós quem se passeia nos meus sonhos
Em cândidas areias de vestes íntimas
Provocais em mim esse desejo…
De jamais acordar



Rui Santos
07/06/15